17º Dia 06 de Janeiro de 2015.
“Todo conhecimento que possuo sobre moto estrada, aqui, sou novamente
aprendiz.”
Com essa frase quero transmitir aos amigos que acompanham a
viagem pelo blog, que a Patagônia nos reservas surpresas a cada dia. Uma viagem
de moto a Patagônia não é apenas uma viagem de turismo, é uma viagem onde suas
qualidades e suas fraquezas serão colocadas à prova. A necessidade de que a
moto esteja revisada e em dia para enfrentar a estrada é apenas uma das
exigências, estar fisicamente e mentalmente preparados são partes importantes
para que o objetivo tenha êxito.
A parte da manhã foi destinada a dar um grau na motoca, troca
e óleo e conserto de pneu, como costumeiro, o comércio local só abre às portas
as 9h00. Fácil de encontrar o óleo, o pessoal da A.G.B Lubrificantes foram
muito atenciosos e ofereceram o local e as ferramentas para que eu pudesse
fazer a troca, já que eles apenas vendem o produto. Concluído a primeira etapa
saí em a procura de uma borracharia que efetuasse o conserto. Em vão. Nenhum
borracheiro se habilitou a desmontar o pneu de moto. Então Maxi da Gomeria Pelusa
se dispôs a tentar resolver o problema, depois de várias tentativas, optei em
aplicar o Plano C, e assim apliquei a vacina que havia trago na viagem e o
problema foi solucionado. Então é hora de pegar a estrada, já eram 13h00, mas
era somente 329 Km, fácil de percorrer, pensava eu. Ao iniciar o trajeto o
vento lateral era constante e intenso, variando de fortes rajadas, para
fortíssimas rajadas, para testar a capacidade de tolerância do piloto, pois foi
assim o dia todo, sem um minuto de intervalo. Hoje doeu nervos do pescoço e das
costas que eu ainda não sabia que existia, pois a combinação rajadas de ventos
e frio, juntou-se também 80 km de rípio, e dos brutos. Se já era difícil manter
a moto sobre a pista, imagine no rípio. Assim aos poucos a Patagônia vai
colocando a prova a sua paciência, determinação e equilíbrio. No trecho de hoje
só havia uma única parada, onde a um posto de combustível. Chegando ao trevo
teria que me deslocar mais 2 km de estrada de rípio solto sob aquele vento
descomunal. Tomei uma decisão. Não abastecer e arriscar chegar a Chaltén com a
reserva que estava levando. Cheguei em Chaltén as 20h30, com meio litro no
tanque. Ao chegar no posto: “No hay
nafta”. De qualquer maneira iria pernoitar em Chaltén até porque estava
fazendo 3 °C e eu já estava praticamente com as energias esgotada, foram
necessários seis horas e meia para percorrer pouco mais de trezentos
quilômetros entre Governador Gregores e Chaitén. Poucas fotos, pois foi
necessário muita concentração na estrada evitando paradas, para que não ser
derrubado pelo vento.
Distância Percorrida 329 Km
Maxi tentando um conserto.
Galera do A.G.B Lubrificantes.
As retas não tem fim.
Ao vento forte adicione rípio.
Rípio, vento e solidão.
Este trecho realmente é um dos mais difíceis de uma viagem, mas você com todo conhecimento e paciência conseguiu vence-lo. Valeu !!!
ResponderExcluirAss. AMORIM