8 de janeiro de 2015

17º Dia 06 de Janeiro de 2015.

“Todo conhecimento que possuo sobre moto estrada, aqui, sou novamente aprendiz.”
Com essa frase quero transmitir aos amigos que acompanham a viagem pelo blog, que a Patagônia nos reservas surpresas a cada dia. Uma viagem de moto a Patagônia não é apenas uma viagem de turismo, é uma viagem onde suas qualidades e suas fraquezas serão colocadas à prova. A necessidade de que a moto esteja revisada e em dia para enfrentar a estrada é apenas uma das exigências, estar fisicamente e mentalmente preparados são partes importantes para que o objetivo tenha êxito.

A parte da manhã foi destinada a dar um grau na motoca, troca e óleo e conserto de pneu, como costumeiro, o comércio local só abre às portas as 9h00. Fácil de encontrar o óleo, o pessoal da A.G.B Lubrificantes foram muito atenciosos e ofereceram o local e as ferramentas para que eu pudesse fazer a troca, já que eles apenas vendem o produto. Concluído a primeira etapa saí em a procura de uma borracharia que efetuasse o conserto. Em vão. Nenhum borracheiro se habilitou a desmontar o pneu de moto. Então Maxi da Gomeria Pelusa se dispôs a tentar resolver o problema, depois de várias tentativas, optei em aplicar o Plano C, e assim apliquei a vacina que havia trago na viagem e o problema foi solucionado. Então é hora de pegar a estrada, já eram 13h00, mas era somente 329 Km, fácil de percorrer, pensava eu. Ao iniciar o trajeto o vento lateral era constante e intenso, variando de fortes rajadas, para fortíssimas rajadas, para testar a capacidade de tolerância do piloto, pois foi assim o dia todo, sem um minuto de intervalo. Hoje doeu nervos do pescoço e das costas que eu ainda não sabia que existia, pois a combinação rajadas de ventos e frio, juntou-se também 80 km de rípio, e dos brutos. Se já era difícil manter a moto sobre a pista, imagine no rípio. Assim aos poucos a Patagônia vai colocando a prova a sua paciência, determinação e equilíbrio. No trecho de hoje só havia uma única parada, onde a um posto de combustível. Chegando ao trevo teria que me deslocar mais 2 km de estrada de rípio solto sob aquele vento descomunal. Tomei uma decisão. Não abastecer e arriscar chegar a Chaltén com a reserva que estava levando. Cheguei em Chaltén as 20h30, com meio litro no tanque. Ao chegar no posto: “No hay nafta”. De qualquer maneira iria pernoitar em Chaltén até porque estava fazendo 3 °C e eu já estava praticamente com as energias esgotada, foram necessários seis horas e meia para percorrer pouco mais de trezentos quilômetros entre Governador Gregores e Chaitén. Poucas fotos, pois foi necessário muita concentração na estrada evitando paradas, para que não ser derrubado pelo vento.

Distância Percorrida 329 Km 
 Maxi tentando um conserto.
 Galera do A.G.B Lubrificantes.
As retas não tem fim. 
Ao vento forte adicione rípio. 


 Rípio, vento e solidão.





Um comentário:

  1. Este trecho realmente é um dos mais difíceis de uma viagem, mas você com todo conhecimento e paciência conseguiu vence-lo. Valeu !!!
    Ass. AMORIM

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